A gravidade da crise política e ética que assola o Brasil requer providências radicais e não pela metade, pois a crise de confiança é do tamanho daquela que consome a política brasileira.
A denúncia envolvendo o presidente da república em esquema de compra de silêncio sobre ações escusas completa o quadro negro de imoralidades que a Justiça, especialmente a Operação Lava Jato, vem apontando para brasileiros cada vez mais atônitos com tanta corrupção.
Diante do filme de terror que virou a política no País, pedir a renúncia ou mesmo o impeachment de Temer é pouco. Sairá o presidente, mas, na linha sucessória, estão o presidente da Câmara Federal, deputado Rodrigo Maia, e o presidente do Senado, Eunicio Oliveira, ambos denunciados em casos de corrupção.
Será preciso uma mudança geral nos poderes Executivo e Legislativo, da Presidência da República ao Parlamento. Senão, veremos a reprise do episódio da troca de Dilma por Temer, em que mudaram as moscas, mas o erro continuou o mesmo, com políticos corruptíveis e prontos para negociar o voto a troco de cargos ou benesses de toda espécie.
Grande parte dos parlamentares que compunha a “base aliada” de Dilma, já aprovou a terceirização sem limite e o texto base da Reforma Trabalhista. Nem o Brasil, e tampouco o povo brasileiro, merecerem uma classe política desclassificada.
Eleições gerais, já! Ou mudamos tudo, ou as coisas seguirão como estão: como o diabo gosta.
Miguel Salaberry Filho
Presidente do Sindicato dos Empregados em Clubes e Federações Esportivas do Rio Grande do Sul (Secefergs) e secretário nacional de Relações Institucionais da União Geral dos Trabalhadores (UGT)