A incontestável vitória do Esporte Clube Novo Hamburgo no Campeonato Gaúcho de futebol profissional é uma marca histórica para o esporte sul-riograndense. Foi o primeiro título da história do Novo Hamburgo, que já foi vice-campeão em quatro oportunidades (1942, 1947, 1949 e 1950), com o nome de Esporte Clube Floriano.
O título, conquistado sobre o Sport Club Internacional, confirmou os sinais percebidos desde o começo da disputa e prova que um clube com folha salarial de R$ 150 mil por mês pode vencer o poderoso Internacional, cujo gasto está na casa dos R$ 7 milhões mensais.
Mas o desempenho do Novo Hamburgo dentro de campo reflete a organização e o trabalho da retaguarda, na qual atuam diretores e, sobretudo, funcionários do clube. Das mãos de roupeiros, massagistas, administrativos, bilheteiros e trabalhadores de outras funções brotam as condições que dão ao atleta e à comissão técnica o suporte indispensável para uma boa performance.
O respaldo do quadro funcional explica o porquê de um detentor de modestas cotas de televisão do Gauchão e com torcida considerada pequena, com média de público em casa inferior a mil pessoas por jogo, tenha superado o Grêmio, na semifinal, e o Inter, na final.
Que o título ajude o “Nóia” a conseguir melhores contratos de patrocínio, que permitam a sustentação do time e também dos heróis anônimos do clube, os funcionários, já que vencer o E.C. Novo Hamburgo dentro de campo é tarefa difícil. Em 17 jogos, o time venceu 9 vezes, empatou 6 e perdeu somente duas partidas. Já o Inter, no mesmo número de jogos, venceu 6 vezes, empatou 7 e perdeu em quatro oportunidades.
Parabéns à diretoria do Novo Hamburgo e que a diretoria saiba valorizar o maior patrimônio do clube, que são os trabalhadores dedicados diariamente ao brilho da instituição.
Miguel Salaberry Filho, presidente do Sindicato dos Empregados em Clubes E federações Esportivas do Rio Grande do Sul e secretário nacional de Relações Institucionais da União geral dos Trabalhadores (UGT)